HAZOP

Acidente no Brasil com explosão por vazamento de gás natural na plataforma P-36. 11 mortos e afundamento da instalação.
11 mortos e afundamento da instalação.
A análise de segurança e operabilidade das instalações, ou Hazard and Operability Analysis, HazOp, é uma técnica estruturada de análise qualitativa desenvolvida para identificar problemas operacionais em plantas de processo, os quais, apesar de aparentemente não apresentarem riscos imediatos, podem comprometer a capacidade, produtividade e/ou a segurança da planta, principalmente em situações onde o conhecimento sobre a operacionalidade da mesma é escasso ou inexiste, apresenta complexidade no processo, aplicação de novas tecnologias, etc.
O HazOp consiste na revisão dos documentos de engenharia da instalação através de reuniões, durante as quais um grupo de trabalho especializado realiza uma análise de hipóteses sobre o projeto da instalação em busca de riscos, seguindo uma estrutura préestabelecida.
Para minimizar a possibilidade de que algo seja omitido, o facilitador da análise orienta o grupo de maneira sistemática sobre os P&ID’s, PFD’s, diagramas elétricos unifilares e/ou arranjos mecânicos do projeto: linha por linha, para cada nó-de-estudo analisado são aplicadas à série de palavras-guias, identificando os desvios possíveis de ocorrência nos parâmetros do processo ou da operação projetada (ausência de fluxo, temperatura acima da faixa admissível, chave não acionada, etc), suas possíveis causas e analisando as conseqüências prováveis na ocorrência dos desvios. Fica evidenciado que a técnica HazOp é um processo para identificação dos desvios operacionais.
O método HazOp é principalmente indicado em projetos de novas instalações industriais e ampliações das instalações existentes. O HazOp é adequado também para análise de modificações das instalações existentes tanto grandes quanto pequenas. Acidentes podem ocorrer porque se subestima ou ignora-se o efeito dominó sobre o sistema decorrente de pequenas modificações no mesmo.
BREVE HISTÓRICO E EXIGÊNCIAS LEGAIS PARA ANÁLISES DE RISCOS
EM INDÚSTRIAS DE PROCESSO
• A técnica HazOp foi desenvolvida na década de 60, pela indústria química
ICI;
• 1974: Acidente por explosão de nuvem de vapor de ciclohexano (30 t) devido à falha do by-pass de reator na indústria química Nypro Ltda de Flixborough, Inglaterra. 28 mortos e 36 feridos, perda total da planta e danos nas propriedades da comunidade vizinha num raio de 13 km. Este acidente iniciou uma utilização ampla da técnica HazOp em indústrias químicas;
• 1984: Acidentes na Cidade do México, por explosão na descarga de GLP com destruição de planta da PEMEX, 542 mortos e 4.248 feridos, em Bhopal (Índia) por emissão de nuvem tóxica de isocianato de metila do lavador de gases em manutenção na planta da Union Carbide, 4.000 mortes estimadas em favela vizinha, e em Cubatão (Brasil) por vazamento em oleoduto e incêndio de gasolina, com 500 vítimas, das quais 93 fatais. Estes grandes acidentes, entre outros ocorridos na década de 80, conduziram a diversas ações para prevenção dos acidentes industriais e uma extensão da aplicação do HazOp para as indústrias de petróleo, alimentícia, tratamento e distribuição de água, entre outras;
• 1985: Publicação da Guidelines for hazard evaluation procedures pela American Institute for Chemical Engineers (AIChE) que estabelece um modelo para aplicação da técnica HazOp;
• 1986: Publicação da Resolução nº 1, do Conselho Nacional do Meio Ambiente (CONAMA), que instituiu a necessidade de realização do Estudo de Impacto Ambiental (EIA) e do respectivo Relatório de Impacto Ambiental (RIMA) para o licenciamento de atividades modificadoras do meio ambiente. Os estudos de análise de riscos passaram a serem incorporados nesse processo para determinados tipos de empreendimentos.
• 2001: Acidente no Brasil com explosão por vazamento de gás natural na plataforma P-36. 11 mortos e afundamento da instalação;
• 2003: Acidentes no Brasil com rompimento da barragem de lixívia da Cataguazes afetando diversos municípios de MG e ES e o tombamento de 18 vagões-tanque da FCA com vazamento de produtos químicos e interrupção do abastecimento de água em Uberaba, MG, por um mês;
• 2003: Publicação da norma CETESB P4.261 – Manual de Orientação para a Elaboração de Estudos de Análise de Riscos, que estabelece critérios para exigência dos estudos de análise de riscos nos processos de licenciamento ambiental para instalação (LI) de plantas químicas de processo, sistemas de armazenamento de substâncias químicas e empreendimentos similares.
BS IEC 61882:2001 Hazard and operability studies (HAZOP studies) — Application guide
DOE-HDBK-1100-2004 DOE Handbook Chemical Process Hazards Analysis
CETESB P4.261 Manual de orientação para a elaboração de estudos de análise de riscos
MIL-STD-1629A:1980 Procedures for Performing a Failure Mode,
Effects and Criticality Analysis
Publicação da Guidelines for hazard evaluation procedures pela American Institute for Chemical Engineers (AIChE) que estabelece um modelo para aplicação da técnica HazOp;
Publicação da Resolução nº 1, do Conselho Nacional do Meio Ambiente (CONAMA), que instituiu a necessidade de realização do Estudo de Impacto Ambiental (EIA) e do respectivo Relatório de Impacto Ambiental (RIMA) para o licenciamento de atividades modificadoras do meio ambiente. Os estudos de análise de riscos passaram a serem incorporados nesse processo para determinados tipos de empreendimentos.